sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Steve Coleman and Five Elements

Está em Portugal mais um grande nome do Jazz contemporâneo. Desta vez não tão emblemático como o outro Coleman, o Ornette, mas também conhecido para os que gostam deste estilo de música.

Steve Coleman nasceu a 20 de Setembro de 1956, na cidade de Chicago, mas mudou-se em 1978 para Nova Iorque, onde ainda permanece a viver. Desde a sua presença em NY que liderou vários grupos, mantendo aquele que traz a Portugal, intitulado "Steve Coleman and Five Elements" e que começou em 1981. Ele foi um dos grandes impulsionadores do movimento chamado M-Base, um conceito de como criar música moderna. Inicialmente influenciado por saxofonistas como Charlie Parker, Sonny Rollins, John Coltrane, o lendário de Chicago Von Freeman e Bunky Green, Coleman actuou e gravou com Thad Jones, Sam Rivers, o baterista Doug Hammond, Cecil Taylor, Abbey Lincoln e Dave Holland.

Por volta dos anos 90, Steve Coleman começa a tocar em compassos pouco usuais e ate mesmo indefinidos. Esta forma de tocar surgiu ao pôr cada instrumentistas a tocar com diferentes compassos, geralmente assimétricos como 7/4 e 11/4. Estes estranhos ritmos deram à sua música um pouco de estilo funk, mas com mais liberdade da melodia e da harmonia.

Coleman rejeita o uso de categorias para a música dos tempos actuais, por isso ele não usa o termo Jazz, prefere antes o termo Composição Espontânea para descrever o seu estilo. A M-Base nasce de uma verdadeira intenção de inovar uma ideia imparcial de concepção, sem a necessidade de ser associada à corrente conservadora do jazz ou à corrente vanguardista.

Coleman fez várias viagens a África, a Cuba, ao Egipto, à Índia, interessado em investigar a cultura e a música africanas, ou de origem africana. Na sua música incorpora muitos elementos do folclore e ideias musicais influenciadas por conceitos metafísicos resultado das reflexões que fez a partir das investigações que levou a cabo.

Os métodos que Coleman usa para criar música estão bastante ligados a dois conceitos: Sacred Geometry (a utilização de símbolos geométricos e matemáticos para expressar princípios naturais) e Energia (a capacidade que temos de nos alterar-mos física, psicológica e metafísicamente). Todas estas ideias, embora raras, não só novas na música. Músicos como Bach, Béla Bartók e John Coltrane tinham as mesmas ideias-base.

Com tudo isto importa referir que Steve Coleman tem mais de 20 CD's gravados, sendo o último um duplo CD+DVD chamado Weaving Symbolics e lançado em 2006. Ele vem a Portugal acompanhado de Jonathan Finlayson e Tim Albright no trompete, Jen Shyu na voz, Thomas Morgan no contrabaixo e Tyshawn Sorey na bateria. Actua hoje no GuimarãesJazz e amanhã, às 21.30, no grande auditório da Culturgest em Lisboa, onde os bilhetes custam 20 euros. As pessoas que forem assistir podem esperar um espectáculo inovador que traz muitos novos elementos à base do Jazz.

1 comentário:

Anónimo disse...

Zaa!
Sempre pensei que ele fosse muito mais novo, vê lá... dava-lhe 30 e muitos... nunca 50 e picos lol
é bom sinal: quer dizer k o jazz faz bem tanto interior como exteriormente :)
Mt fx os nossos dias ajazzados, pena não ser sempre... mas tbm é bom pa variar e ver outras coisas né?

Bju**