quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Jorge Palma, o último metro

Quase todos saberão quem é este artista, principalmente por uma música que se chama Encosta-te a mim, e também quase todos já terão ouvido falar neste concerto. O certo é que hoje em dia gostando ou não, é uma figura da música portuguesa que não passa indiferente e de que poucos conhecem a história.

Jorge Manuel de Abreu Palma nasceu no ano de 1950 a 4 de Junho na cidade de Lisboa. Logo aos seis anos começa a estudar piano e aos 8 faz a sua 1ª audição no Conservatório Nacional. Já na adolescência Jorge Palma começa a interessar-se pelo rock'n'roll e decide começar também a tocar guitarra. Estudou engenharia na Faculdade de Ciências de Lisboa. Em 1972, depois de ter integrado um grupo pop-rock do Sindicato que durou dois anos, acabando em 1971, Jorge Palma lança-se a solo com o single The Nine Billion Names of God. Nesta altura inicia uma colaboração com José Carlos Ary dos Santos, que o vai ajudar a melhorar a sua escrita poética. Deste contacto resulta, passado um ano, a EP A última canção, com quatro músicas de Jorge Palma, em que duas delas tinham letras de Ary dos Santos. Ainda em 1972, viaja pelo Canadá, Estados Unidos e Caraíbas, abandonando depois os seus estudos de engenharia. Depois foge para a Dinamarca para não ter de cumprir serviço militar obrigatório.
No ano seguinte ao 25 de Abril, altura em que voltou a Portugal, participou no Festival RTP da Canção com O Pecado Capital, uma composição sua e de Pedro Osório, em que canta com o Fernando Girão. Concorreu ainda com a música Viagem que foi composta por Nuno Nazareth Fenandes, mas com letra sua. Em 10, as músicas ficaram em 7º e 8º lugar, respectivamente. Nesse ano gravou o seu primeiro LP Com uma Viagem na Palma da Mão. Depois do seu segundo disco, Té já (1977), e duma digressão como músico de Paco Bandeira, vai tocar para as ruas de Espanha e de França.
Volta a Portugal, em 1982, para gravar o CD duplo Acto Contínuo, que era para ser gravado ao vivo, mas foi feito num estúdio e em muito pouco tempo. Em 1984 saí o seu quinto álbum de originais Asas e Penas. Passado um ano chega o sexto e um dos mais aclamados trabalhos de Palma: O Lado Errado do Norte, onde podemos ouvir o single Deixa-me Rir. É com este disco que actua na Aula Magna, o seu primeiro grande concerto. Só em 1986 acaba o Curso Geral de piano no Conservatório. Em 1989 lança Bairro do Amor, considerado pelos jornais Público e Diário de Notícias como um dos álbuns do século da música portuguesa.
Em 1991, edita , um álbum intimista e o Diário de Noticias volta a considerá-lo um dos álbuns do Século XX. Na sequência da formação do grupo Palma's Gang, com os músicos Kalu e Zé Pedro (dos Xutos & Pontapés), Flak e Alex (do Rádio Macau), surge Ao Vivo no Johnny Guitar, o seu primeiro trabalho gravado ao vivo. Integrou o grupo Rio Grande, em 1996, formado por Tim, João Gil, Rui Veloso e Vitorino que alcançou a popularidade com dois CD's nesse mesmo ano e em 1998. Até 2000 a sua carreira é marcada por concertos e por colaborações com outros artistas, destaca-se o dueto da música Tatuagens de Mafalda Veiga.
Em 2001 sai então o álbum Jorge Palma, muito bem recebido pela crítica e pelo público, mais de 12 anos depois do seu último disco de originais. Em 2002 integra os Cabeça no Ar, uma formação igual à dos Rio Grande, mas sem Vitorino. É um 2004 que grava no Porto, mais um disco de originais com a participação de muitos músicos portugueses, o álbum tem o nome de Norte. Chegado o ano de 2007 edita Voo Nocturno, o disco que contém o single Encosta-te a Mim, que hoje todos conhecerão.


Ao todo Jorge Palma conta assim com 13 álbuns de estúdio, 7 singles, uma EP, 2 CD's ao vivo e 9 colectâneas. Será ainda lançado no dia 17 deste mês um DVD de Jorge Palma ao vivo. Este artista conta ainda com um livro de poemas que se chama Na Terra dos Sonhos (2005). É por tudo isto um nome incontornável da nossa música que conquistou esse lugar com muito esforço próprio.

É depois de amanha (14 de Novembro) que vai então 'aterrar' deste seu Voo Nocturno actuando no palco do Campo Pequeno, para depois começar a trabalhar em novos projectos. Os bilhetes custam entre 20 a 25 euros. Se gostam de Jorge Palma e nunca tiveram oportunidade de o ver ao vivo então não percam esta oportunidade.

3 comentários:

Mário Barradas disse...

Aqui está um artista que tem reconhecimento do público não só pelo bom trabalho que desenvolveu, mas pelo esforço que teve. De certo modo, o Jorge Palma serve de exemplo, pois não são as dificuldades que nos afastam daquilo que gostamos, assim como o facto de ter ficado nos últimos lugares do Festival da Canção em que participou. Ele lutou e venceu!

Tens uma gafe na biografia dele: existe um parágrafo que dizes que ele volta em 1812, que por lógica deverá ser 1982. Onde é que o Jorge Palma estaria em 1812, no ano da tomada de Moscovo? Abraço

Anónimo disse...

Wazzaa
Vidas como esta e musicas como as dele fazem repensar todos os planos falhados, toda a nossa vida e até a nossa filosofia. Estar a ve-lo no palco (em grandes palcos) e recordar músicas e vivencias é excelente. Discutir para quem ele olhou ou ter a sorte de ter lugares não pagos é brutal!

E viva à sorte que o grande senhor nos dá!

Bjs***

(Ah! Era para mim que ele olhava!!!)

Anónimo disse...

"Pela primeira vez, tinha o futuro nas mãos... abriu a janela e voou"

(complemento do inicial)**